A Corte
Que o mesmo sujeito queira ser o jogral, o bobo, o sábio, o eunuco e a amante do Rei, é coisa para confundir a população. A dada altura, andamos todos a rir do sábio, a ouvir a amante do rei, a temer os avanços físicos do eunuco, a buscar conselho no bobo e a fazer confidências ao jogral.
O que mata a criatura não é o ridículo de querer ser todas as coisas ao mesmo tempo, mas a percepção do povo de que tal cumulação é objectivamente impossível e que só pode estar a ser enganado.