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Mel Com Cicuta

Without the aid of prejudice and custom I should not be able to find my way across the room. William Hazlitt

Without the aid of prejudice and custom I should not be able to find my way across the room. William Hazlitt

Mel Com Cicuta

28
Out08

Garota do Leblon

Laura Abreu Cravo

Às vezes o passar corrido dos dias não nos deixa parar para dizer coisas. Ou a nossa preguiça estende no tempo a coisa que íamos dizer hoje e não dizemos nem amanhã, nem no dia depois desse. Há muito tempo que este é um dos meus blogues preferidos, e que venho manobrando um amigo comum para a consumação daquela espécie de blind-dates que são os encontros entre bloggers que se leram e falaram entre si, mas continuam sem ter caras para dar aos escritos que seguem. [Devo ressalvar que o tempo me tem ensinado que, na maioria dos casos, devemos fingir-nos de mortos, autonomizar a obra do seu autor e evitar ver-lhe o frontispício, mas What the hell, um dia não são dias]. Isto só para dizer que, entre outras coisas, não me parece aceitável não ler este livro (eu tentei pôr a fotografia do livro, mas a coisa não se deu) e a Mónica, no seu Blogue.  

 

24
Out08

os pedreiros

Laura Abreu Cravo

Mil vezes os pedreiros que, sem artifícios linguísticos, nos gritam, na passagem, com crua e aviltante sinceridade e explicam, numa fracção de segundo, exactamente onde querem chegar. Certamente nunca um pedreiro vos há de ter sussurrado, com meiguice, que queria ser vosso amigo.

23
Out08

Wolf like me

Laura Abreu Cravo

 

É claro que nunca conhecemos realmente um homem (ou mulher) apaixonado. Primeiro, porque aquilo que nos é dado a conhecer é a criatura (e matéria) filtrada pelo objectivo fixo da conquista; segundo, porque o estado semi-febril do enamoramento (do próprio ainda que não correspondido) se encarrega de esconder o que o objectivo de conquista não pré-determinou. Se as duas pessoas se apaixonam simultaneamente, estes efeitos anulam-se; se calha uma delas estar a assobiar para o ar enquanto a outra verte sonetos, convém estar preparado. Antes de mais porque a rejeição tem ligação directa para o ego ferido (o que leva a que certas almas se sintam legitimadas a debitar enormidades e agir como animais) e depois porque, passado o fervor inicial da paixão enfatuada, o objecto torna-se um alvo apetecível para uma espécie de descarrego emocional de dignidade reduzida.
Ao contrário de outros pedaços da Criação, não reconheço grande utilidade (sequer de compensação hormonal e auto-estima) à dimensão do séquito de não correspondidos que se traga arrastado vida fora — em matéria de tara coleccionadora tendo a preferir sapatos; Contudo não deixa de me espantar o que alguns estão dispostos a fazer para se manter no panteão.
O amor não correspondido é coisa injusta, mas a traição e exposição gratuita do outro (a quem se proclamou infundadamente a fidelidade eterna) tem tanto de inevitável como de patético. O que vale é que, mais tarde ou mais cedo, até o cordeiro mais pequeno e manso despe o manto para se fazer lobo.
22
Out08

...

Laura Abreu Cravo

Macho que é macho avassala a sua mulher e procria. Macho que é macho diz o que lhe apetece se ter em conta o interlocutor. Macho que é macho age como se a impunidade fosse um direito que o mundo lhe deve. Macho que é macho ofende, tripudia, faz comentários jocosos, lança mão do sarcasmo. Macho que é macho faz (porque pode e deve) comentários sobre os decotes das fêmeas. Macho que é macho faz (porque acha que pode) graçolas enjoativas sobre a vida dos outros. Macho que é macho deve estar preparado para apanhar como uma menina. Digo eu.

20
Out08

19.10.2008

Laura Abreu Cravo

  

O HUSHED October morning mild,

Thy leaves have ripened to the fall;

To-morrow's wind, if it be wild,

Should waste them all.

The crows above the forest call;

To-morrow they may form and go.

O hushed October morning mild,

Begin the hours of this day slow,

Make the day seem to us less brief.

Hearts not averse to being beguiled,

Beguile us in the way you know;

Release one leaf at break of day;

At noon release another leaf;

One from our trees, one far away;

Retard the sun with gentle mist;

Enchant the land with amethyst.

Slow, slow!

For the grapes' sake, if they were all,

Whose leaves already are burnt with frost,

Whose clustered fruit must else be lost--

For the grapes' sake along the wall.

 

October,

 

by Robert Frost

 

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