Ao blogue do Luís, para contribuir para a maravilhosa rubrica "O que é esta merda?"

 Na Baixa, que é onde estas coisas acontecem.

Num momento de ligação directa à máquina do café discutia as aquisições da feira do livro com uma amiga. Falava, com enlevo, da escrita de Camilo, quando, detrás de uma parede, surge uma cabeça sorridente que me pergunta, a medo, que idade tenho. Não vale a pena investir em produção cosmética se os meus gostos literários me relegam imediatamente para o patamar da geriatria.

O amor desmedido e a incapacidade de relativização que grande parte da blogosfera tem devotado às suas ideias faz com que, nos dias que correm, os blogues políticos me interessem quase tanto quanto os baby-blogues. Não sou pessoa de discutir domesticidades, se me percebem.

Estava-se mesmo a ver que um dia que começou às 7 da manhã, como uma fábrica de salsichas daquelas dos desenhos animados, não podia correr bem. Este tempo, que traz a sensação de estar tudo peco ou encruecido, como bolos amassados por mãos inábeis, e o ser segunda-feira de todos os dias que não são de sol. A dolência deixa-me exausta, como que a vaguear fora do meu corpo.

Que Fazem Mulheres, O Bem e o Mal e A Bruxa de Monte Córdova de Camilo; Os meninos de Ouro e O comum dos mortais de Agustina; London Fields de Martin Amis; e a Transa da Mónica (com dedicatória e tudo).

Na vida, como nas leis da física, respeitar sempre uma sequência lógica. Veja-se, por exemplo, o Chá: mesmo que se queira fazer chá gelado, tem de se aquecer a água, pôr a infusão pretendida, arrefecer, juntar gelo. Não se pode, pura e simplesmente, atirar a saqueta para um copo de água gelada e esperar que resulte. Com as relações pessoais é mais ou menos o mesmo, e, de preferência, sem açúcar.

Faria hoje 80 anos

Esta manhã fui conduzida num táxi por um homem igualzinho a este

Para, momentos depois, entrar numa reunião onde estava um sósia deste

Ou a minha memória associativa está em hipertrofia ou o mundo está um lugar cada vez mais estranho.