Tem dias
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Quando um agente social razoável e moderado se torna um fundamentalista, talvez seja útil, antes de lhe gritar impropérios, analisar uma a uma as razões desta mudança de comportamento.
Pelos vistos devíamos ser mais calmos e racionais. Não nos deixarmos atingir pelas coisas supostamente menores. Sucede que há coisas menores que insistem em ocupar espaço o tempo todo. É como andar uma vida inteira com um alfinete solto no sapato: não ocupa espaço quase nenhum, mas nem por um segundo nos conseguimos esquecer dele e daquela dor aguda. Até ao dia em que resolvemos, pura e simplesmente mudar de sapato.
A arte de bem gerir uma negociação está sobretudo na capacidade de lidar com aquilo que comummente se chama Deal Breaker. O Deal Breaker é aquela questão (ou conjunto de questões) que uma das partes numa negociação considera essencial para a defesa dos seus interesses e do equilíbrio contratual, e, portanto da qual não estará disposto a abdicar; o que, muitas vezes, poderá significar que um negócio, à partida, vantajoso para todos, acaba por não se fazer.
São os pontos que acabam, invariavelmente, por ser deixados para o fim de uma discussão, porque as partes querem avançar o máximo possível da determinação dos termos e condições das suas relações até ao momento em que tenham de entrar nessa área mais lodacenta e indefinida.
Há Deal Breakers que se prendem com as questões da arquitectura contratual, mas há outros que decorrem apenas das especiais circunstâncias de uma parte, naquele momento concreto. Na fase em que se aborda as questões susceptíveis de configurar Deal Breakers as partes vão jogando entre si numa espécie de bailado, com avanços e recuos e namoros e arrufos até que, idealmente, encontram um compromisso que acautele os interesses de ambos. Nem sempre as negociações serão equilibradas, já que, como em tudo na vida, uma parte estará, quase sempre, em situação mais débil do que a outra.
De todo modo, a mesa das negociações ensina-nos uma coisa essencial: nunca ignorar o Deal Breaker, nem tentar contorná-lo habilmente como se não estivesse lá.
Quando uma parte se vê obrigada a ignorar aquilo que, para si, é essencial, apenas para sobreviver fazendo o negócio cujos contornos realmente não lhe parecem justos, o mais certo é estarmos a lidar com um desesperado. E, apesar de tudo o que se possa dizer por aí, um desesperado nunca é um bom negócio.
Corrigido, com um obrigada a R.
Quando entrei, esta manhã, às 07:45, o simpático porteiro do escritório perguntou:
— Noooossssssaaaa. Não foi a doutora que eu vi saindo daqui não faz nem 3 horas?
Pois. Eu sabia que devia ter apanhado gripe A.
Tendo em conta o número de pessoas que pergunta se vou mudar de nome, começo a duvidar se já perceberam que vou casar e não mudar de sexo. Estavam à espera de quê, que passasse a chamar-me António? António é um nome bem bonito. Gosto. António Abreu Cravo.
Planeamento de agenda para sobreviver às próximas 3 semanas: apanhar Gripe A rapidamente.
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