Fascismo nunca mais
Sábado, três da tarde: criaturas infames dão notícias de um dia de praia quente com as águas límpidas dos inícios de primavera que a autora não podia senão imaginar, soterrada que estava entre divergências doutrinárias e dados contabilísticos. Em jeito de revolta, saí da casa para uma rápida incursão ao Chiado que me aliviasse a alma (e a carteira) do peso de estar a trabalhar num dia de sol, dia perfeito, aquele; não demasiado quente, nem escassamente confortável. Dois minutos depois de ter posto o pé fora de casa, na Calçada do Combro, a turba urrava pelos valores democráticos (que nunca respeitou) e pela força visível do partido (directamente proporcional ao aumento da esperança média de vida). Esmagada pela multidão e um mar de vermelho, corri até ao antro capitalista mais próximo e comprei o suficiente para deixar, assim, de ver a força do PC.