Diário de bordo
É certo que certa categoria de condições adversas e pontuais realça o pior do ser humano. Seja por efeito da surpresa, pela inevitabilidade do circunstancialismo ou por mero instinto de sobrevivência. Contudo, raras vezes assisti a demonstrações de humanidade e decência tão válidas como aquelas nascidas de território insuportavelmente árido e hostil. São mais os prisioneiros de uma mesma guerra que partilham de forma abnegada os seus parcos recursos do que aqueles que se isolam na sua pequena ambição.
E isto restaurou parte da minha fé na humanidade. (Em situações-limite, entenda-se, já que no tédio do dia-a-dia a bula continua a prescrever cinismo em doses generosas).