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“ (…) Entrei no quarto atordoado, com bagas de suor na face. E debalde rebuscava desesperadamente uma outra frase sobre o calor, bem trabalhada, toda cintilante e nova! Nada! Só me acudiam sordidezes paralelas, em calão teimoso: — “é de rachar”! “Está de ananases”! “Derrete os untos”!... Atravessei ali uma dessas angústias atrozes, grotescas, que, aos vinte anos, quando se começa a vida e a literatura, vincam a alma e jamais se esquecem. (…)”
Eça de Queiroz, A correspondência de Fradique Mendes